Velho parceiro vou te dar a mostra do pano,
pra que nunca tenha engano nessas lidas de domar.
A vida dura sempre tem seus desatinos,
siga sempre seu destino neste oficio de amansar.
Doma tu mesmo o bagual pra tua encilha,
tire as coscas da virilha, não enfrene na minguante,
porque assim, já te sai um tropicão
e na nova sai babão, é um amigo quem garante.
Não cries guacho, o potrilho pros arreios,
pois maleva e caborteiro há por certo de ficar.
Faça o cavalo ter respeito pelo dono,
nunca deixe no abandono, crie perto do teu olhar.
Nunca guasqueie sem que tenha precisão,
nunca grite sem razão, trate o bicho como gente,
que de carinho também gosta o animal.
Dessa forma natural, tú verás que ele te entende.
Mas se tu, potro não te entrega e não tem jeito,
nunca vai faltar o sujeito que lhe tire os caprichos.
Neste Rio Grande há de ter um índio crú,
bem mais xucro do que tú, que te quebre o currincho.