O baile flor de campanha vai chegando ao seu final
com juras de amor eterno, despedida e coisa e tal.
Para quem trouxe alegria pra rever sua paixão,
no voltar da saideira vai judiando o coração.
Lhe juro que me dá pena
quando um baile chega ao fim,
eu só lhe peço morena
que nunca esqueça de mim.
Na garganta dos cantores o Rio Grande esteve aqui,
gente buena retratando a querência onde nasci.
Ouvindo as coisas do pago, a noite passa num upa
e o dia me encontra longe com saudade na garupa.
Fim de baile é sofrimento, é tropeiro sem boiada,
índio que busca o sustento no romper da madrugada.
Fim de baile é pampa mudo, morre a gaita, o dedo estala.
Deixo amigos, deixo tudo e o Rio Grande é minha sala.
Nas sombras da lamparinas teus olhos vêm negaciando.
São brilhos que esse gaudério andeja sempre lembrando.
Teu sorriso feiticeiro quero esquecer, não consigo.
Quem sabe depois do baile eu fique sempre contigo.