Quando um reponte traz o madrugada
e de sinuelo vem o mate amigo,
abro a cancela do meu pensamento
que num alento vem prosear comigo.
Com calmaria, de águas de remanso,
cevo um amargo à minha maneira.
E a noite grande que se foi embora
me deixa a aurora como companheira.
E quando o sol vai adentrando vivo
nas frestas largas deste altar campeiro,
a parceria da roda de mate
desfaz a hora pelo dia inteiro.
Mas não importa pois eu não te esqueço
e amanhã vamos matear juntinho
no recomeço da nova jornada
de madrugada neste meu ranchinho.
Nesta cochilha de erva pura essência
que traz bem perto longinquas quimeras
de sentimentos que hibernaram tanto
e voltam vivos como as primaveras.
Não fosses tú, meu chimarrão amargo
que adoçasse todas minhas penas,
quem saberia comprender o peito
deste sujeito de alma tão serena.