Atei o baio na forquilha da figueira,
já escutei a resmungueira do gaitaço de galpão.
Achei a volta pra chegar perto da sala
e já saí metendo bala no lombo de um vanerão.
Num bate-coxa, co'a morena candongueira,
bonitaça e dançadeira, de sorriso encantador.
De quarto frouxo sarandeava e fui dizendo:
"minha linda eu tô querendo conquistar o teu amor".
Mas não tem nada, que o surungo tá animado,
o conjunto é renomado, tem no palco o Redomão.
E o rebolqueio requebrado do gaiteiro
faz saltar fogo do isqueiro e pegar fogo no salão.
Ela me disse com o olhar cheio de espanto:
"dá uma olhada lá no canto a cara feia do meu pai.
De vagarinho, vai frouxando o teu abraço,
que ele vai te passar o laço e desse baile tu não sai".
De relancina, com medo da coisa feia,
pra salvar minhas "oreia", meu "pelego" e minha vida,
meio sem jeito, me bandeei lá pro outro lado
e fiquei meio acoado só bombeando aquela china.