O chão do meu quarto
É feito de lágrima
A parede do meu quarto
É feita de grito
O teto do meu quarto
É feito de pensamento
A janela do meu quarto
É feita de saudade
A porta do meu quarto
É feita de solidão
Meu quarto é um fator endógeno:
Um grande exílio sem anistia,
Um suspiro negado de amigos;
É enfim, a nata visionária
De uma princesa que velejou
Nas cinzas do carnaval
Meu quarto
É um coração impuro,
Na verdade morto
Pelo tempo sujo
Cujo silêncio é festa