(INTRO - Projota)
Coligações expressivas, Projota, Rashid
DJ Caique..
Os monstros tão a solta vagabundo...
(Rashid)
Muitas vezes eu me sinto só e indefeso, feito animal
preso,
fazendo peso e só.. Mas um humano e só em meio a
massa, sendo observado com ódio,
ou medo, como se eu não fosse da mesma raça.
O calor, a fumaça, arrasa com a cabeça de quem desde
os 10 de idade é o homem da casa..
E sua vontade é nula, me vejo num alto de uma ponte
com o diabo sussurrando: "Pula, Pula!"
A chuva fina sobre meu capuz, diz que devo ceder, a
escuridão me seduz, a solidão me conduz,
Por entre as faixas, putas e senhoras com folhetos que
falam de Jesus.
Vão caixas e mais caixas de canetas não adiantariam
nem curariam minha depressão...
Fica os papelão, sofrimento alheio, me pergunto o que
eu tenho feito de certo, pra não tá ai no meio.
No seio da nação, tudo o que eu toco vira uma rocha
fria, é eu tenho essa sensação também, aprendi a
carregar meu próprio peso pra,
não ser um peso a mais nas costas de ninguém.
Tendeu? Toda multidão ao meu redor, todo esse cinza,
todo esse ódio ao meu redor,
cidade vazia é fascinante.. Como pra um monstro como
eu, uma jaula é muito mais aconchegante...
(Projota)
... Pouca gente me olha, acho que por ter medo de
olhar, ou olha de rabo de olho pra me vijiar.
Nem olha, nem nota que eu tô lá, ou custa à perceber
que, bem pior que não olhar é olhar e não ver.
Eu sinto muito se eu falo muito e, fico calado quando
eu tô bolado com neguim fardado, cabelo raspado, me
combrando explicação, sem ter me explicado por quê eu
fui parado..
E eles vem doido procurando treta, cai do cavalo
quando encontra na mochila, caderno e caneta.
Ah se ele abrisse o cadernin de rima lá, Dr. Doliro
aqui ia fazer o porco chorar.
Um portador do vírus da pobreza, um vingador da carne
que os desgraçado põe na mesa,
Não tô defendendo o sangue da galinha, eu tô cobrando
porque tem na mesa deles e não tem na minha.
E olha que na minha até tem as veiz, mas vi minha véia
comendo pouquinho pra sobrar pros outros três.
E decidi que minha luta era por ela, e por cada dia
agonizando a vida nas favela..
E se a gente unisse cada vira-lata vadio, a vida dos
cão de raça tava por um fio, tiraram tudo que é nosso,
mas vacilaram, porque eu tô disposto a dar minha vida e
ela, vocês não levaram.
"..Daria um filme"
Eu sou um renegado,
"..Oitavo anjo, do apocalipse"
Eu sou um renegado,
"..Tenebroso, tenebroso"
Eu sou um renegado,
"Olha o castelo irmão, foi você quem fez c**zão.. Eu
vim da selva, sou leão, sou demais pro seu quintal!"