Lembro de ser nós no famoso barracão, via
Toda à sua luta pelo o pão do dia
E eu lá, sem à mínima noção
Gastando o meu tempo em frente da televisão
Vendo à vida passar
Me dizendo: "Olá neguim!
To de passagem, mas ninguém passara por mim. "
Vou falar... O que eu vi, ao vivo e a cores
Me ensinou mais do que professores, poderiam ensinar
Talvez sina, com roteiro lá de cima
Minha carta de alforria pra você assinar
Se a senhora me criou pra voar, mãe
Não poderia subir sem te levar, mãe
Porque orgulho é o que eu quero te dar
E mais alguma besteira que eu possa comprar
"É clichê! " Mas eu fiz por você essa canção!
Se bem que todas às outras também são!
São voltas que os mundos dão!
São voltas que
Quando eu me joguei, onde andei, tropecei, aprendi!
Que são coisas dessa vida!
E com dezessete eu sai de casa
Filho quando cresce, diz que ganha aza
Vai dona Neti Maria Carolina
Bota ele na linha, cobra disciplina
E com dezenove eu fui morar sozinho
Agora à responsa é sua, garotinho!
Foi tanto "perrengue"
Eu só pedi ao rei que me guardasse
Onde fui, aonde irei pelo caminho
Orei como um monge
Pequei como um mortal, que sou
Doente até fugir do hospital, pro show
Pedia uma carona no busão, "às vez"
Minha tia arrumava o da condução, "às vez"
Sofrido porque minha condição
Era zero vírgula zero de remuneração, por mês!
Irmão
Eu pude ter certeza que os meus problemas
Tavam numa multiplicação, por dez. Ou mais!
Comprei jornais!
E os classificados dizem: "Hei jamais! té mais. "
Então, peguei minha bicicleta e parti
Fui de Artur Alvim ao Mandaqui
Dormi no frio de uma calçada de Sp
Mas quem não tem nada vai ter medo de que?
Ai que eu acordei pra perceber
Que quem nunca apanhou dessa vida
Também não sabe se defender
São voltas que os mundos dão!
São voltas que
Quando eu me joguei, onde andei, tropecei, aprendi!
Que são coisas dessa vida!
(São coisas, são...)
(São coisas, são...)
(São coisas dessa vida!) (4x)