No domingo eu fui na vila
Logo na primeira esquina
Encontrei uma cigana
Que tava tirando sina
Ela virou e me disse
Mocinho também tem sina
Vamo ver a sua sorte
Pra que lado determina
Pra tu ver a minha sorte
Eu te dou cinco mil réis
Mas a diaba da cigana
Já tava querendo déiz
Uma véia que falava
Otra de lá respondia
A cigana foi dizendo
Que o cinco mesmo servia
Quero que você me diga
Se eu sô sortêro ou casado
Quero que você me diga
O que eu já tenho passado
Eu te conto a tua sina
Num instante, numa hora
Tu tem uma moreninha
Que há tempo que tu namora
O zóio dessa morena
Lumeia que nem uma prata
Se tu não casá com ela
Uma nervosa te mata
Mocinho se eu te contá
Seu coração desatina
Teu amor vai te deixá
E vai simbora pra Campinas
Eu não sei se ela sabia
Ou se alguém tinha contado
Meu coração deu um balanço
Ficou todo machucado
Montei no meu alazão
Chorando a sorte tirana
Fui buscar minha morena
Dizendo adeus pra cigana
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)