Apertei o senta-pêlo
E ralhei com a cachorrada
Que o domingo convidava
No rumo, que lá se expande
E a boeira escutava o assombro
Deste meu chote campeiro
Pra tentiá mais um floreio
Com as bugra do Mato-grande!
Atei a boca de uma rosilha gateada
Que tem festa e carreirada na cancha do Seu Neri
Floreando as rédea me larguei, de trote largo
Pra jogá os pila da canha num potro do Seu Ari!
E na cruzada do Barrerão prendi o grito
Só por farra, e que é bonito um domingo no povoado
E do outro lado me gritou o Seco Loco
Que seguia, o mesmo rumo, num bagualão Colorado!
Porteira aberta e o corredor pela frente
Pra se achegar no balcão e afoga o peso da estrada
E o seu Petim, bolicheiro, já anunciava
Tem pastel e rapadura pra entretê a gurizada!
Carreira atada, parelheiros já na forma
Dê em pelo que é mais gaúcho, e anda ligeiro o tostado
E o Ponta-fina, corpo leviano, joqueava
Raspando a ponta da tala na anca do cobiçado!
Depois da farra tem baile nos Narigudo
Onde os nêgo topetudo se fazem de burro guacho
Pois, sabem bem que a bala come froxa
Ou adoçando uma China, ou já costiando algum macho!
De pouca prosa e meio curto dos pila
Sigo nos rumos da vila com cheiro de querozena
E apeio certo num rancho, de fronte às gringa
Pra amanhecer já garreado nos braços de uma morena!