Sopra um vento beliscando algum topete, bem copado
Desses tantos, que balançam pelos junhos orvalhados
Numa trança o resquício de uma crinera é colgado
Onde as fugas e escoraços de algum lombo fez costado
Manhaneira é a sanga escorrendo pelas pedras
Casco sujo, de uma potra, tinge a água que ainda gela
E a quietude que afronta o canto livre dos pelinchos
Também morre na manada aos chamados em relinchos
Alvorada de saudade treme um peito alma tristonha
Que soluça vendo os olhos da manhãzita risonha
Acordando mostra ao mundo, o simplório na essência
Onde o couro se arrepia nessa manhã de querência
De alma gêmea e semblante tão notório, vejo às duas
Margaridas que resistem, trazem no centro a ternura
Do amarelo que ofusca junto ao Sol que apadrinha
E uma abelha passageira que é serviçal de rainha
Vejo assim, um céu azul feito um bordado de sonhos
Quando a mirada boceja, acordando o dia no campo
Por andarilho meu coração silba as dores congeladas
Pois, tenho tudo em minha frente mesmo assim não tenho nada
Alvorada de saudade treme um peito alma tristonha
Ao contraponto (inspirado) a uma rima que se exponha
Num poema manhaneiro que me faz voltar guri
Pelas voltas sou povoeiro, mas recordo o que vivi