Tempo, estrada, vida adiante, rumbeando me fiz torena
Sou tal a sina dos fletes onde a vida é quem me enfrena
Campeando um rumo pra alma, levo de tiro uma ausência
Com cismas de quem andeja, bombeando além da aparência
Assim topei com tua graça, de florcita do banhado
Que alguém colheu pra enfeitar algum rancho do povoado
Tens os lábios pitangueados, e um feitiço nas retinas
Dos teus olhos duas luas, luzindo contra a neblina
Lindo sorriso tu abres qual a flor da corticeira
Encanto sobre meu canto, me perco ao te achar trigueira
Tens a razão deste verso já desde o primeiro tombo
Semblante deusa, charrua mais lindo que um sobre, lombo
E ao pontear magoas al pedas que muitas vezes renego
Canto tal fosse pra ti, e em pensamento me entrego
Mirada de Lua inteira, numa noite campechana
Florão de tez que carrega a maciez das badanas
Talvez um dia te achegues romanceando meus caminhos
Mas não posso me olvidar que flor as vez tem espinhos
Enquanto isso a guitarra, pulsa pra amansar as penas
Bordões sonoros de ventos, dos teus recuerdos morena