Um pampa-brazino mocho
Ganhou o mundo da porteira
Levantou terra por touro
E disparo lu na mangueira
Eu ajeitava minha armada
Quatro rodilhas e um destino
Um doze braças de oito
Do couro de um boi salino
Zunio o vento no céu
Bateram bombos na terra
Era um encontro ao acaso
Era um combate de guerra
Cruzou o pampa-brazino
Meu laço seguiu seu rastro
Tava com fome de um pealo
O boi foi lambendo o pasto
O pampa juntou as mãos
Deu cara-volta e plantou-se
Estendeu umas dez braças
E depois acomodou-se
Parece que foi rezar
Pra o seu santa protetor
Mas o meu santo é mais forte
E ainda é pealador!
Pois quando boto um pealo
Meu tirador nem faz conta
Quadro o corpo e só escuto
O estouro na outra ponta
Deixo assim, que se estendat
Depois que espiche meu laço
Que eu ainda me governo
Seja com jeito, ou no braço
Logo se vem o capataz
Com a peonada apertando
Firma a cabeça e coleia
Por que a marca vem queimando
E a faca no serviço
Por bem afiada se guia
E deixa um risco de sangue
Coloreando na viria
Depois foi um, e mais outro
Serviço de tarde inteira
Era um buraco no chão
Na saída da porteira
Pra resumir essa história
Vou lhes contar como foi
Quando caia era touro
Depois do pealo era boi