Aquela moça que vaga nas ruas
tem o seu ponto na feira do amor
quem diz que ela é de vida fácil
é porque não sabe seu drama de dor
tudo ela faz pra enganar a aparência
mesmo sentindo sua vida morrer
ninguém percebe seu pranto escondido
e no mercado do amor proibido
ganha o sustento pra sobreviver
Em sua bolsa ela guarda uma carta
de um grande amor seu primeiro fracasso
guarda o retrato do filho querido
que há muito tempo saiu de seus braços
guarda a receita de medicamentos
para a mãezinha que espera inocente
falta porém completar a quantia
tem que gastar toda a féria do dia
para salvar a mãezinha doente
Em sua bolsa de tantos segredos
guarda uma lâmina fria de aço
para que um dia ao cansaço da vida
cortar o pulso de seu próprio braço
Moça da esquina seu erro eu perdoo
pode em meu ombro chorar se quiser
suas razões eu entendo e aceito
moça infeliz seu pecado eu respeito
antes de tudo és uma mulher