Hoje meu peito é um quarto escuro abandonado
No canto esquerdo meu coração é o cofre do amor
Nele conserva todas as mágoas e desenganos
Sonhos que guardo no porta jóia da minha dor
Você ingrata é que conhece todo o segredo
Só teu carinho consegue abrir o meu coração
Que bom seria se novamente você entrasse
Neste meu peito, recanto triste da solidão
Você, ingrata, usando a chave da falsidade
De minha vida sem piedade você roubou
As esperanças e toda a minha felicidade
O meu futuro, a minha paz e tudo o que sou
Neste meu cofre deixou apenas velhas lembranças
Como se fossem simples rascunhos de anotações
Dias e horas que assinalaram nossos encontros
E pouco a pouco se transformaram em desilusões
As horas longas de meu desterro foi transformando
Em aço puro o meu coração que jamais se abriu
Só o seu beijo queimando em brasa conseguiria
Atravessar a parede dura de aço frio
Me lembro ainda aquele tempo que me amava
Seus doces beijos eu recebia com tal calor
Que eu sentia quebrando tudo aqui por dentro
Fazendo em cacos meu inquebrável cofre do amor
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)