Arranjei um grande amor, mas quase que me arrasam
Gavião bom de bico quis roubar ela de casa
Mas eu tenho um trinta e oito que adora cuspir brasa
Eu rapei nele um “metár” bem no encontro da asa
Gavião saiu capenga jurando que tinha raça
E juntou uma “gaviãozada” pra quebrar minha carcaça
Eu falei pro meu amor, é hoje que o tempo embaça
Gavião que não morreu saiu preto de fumaça
Era rapina baixando e eu arrastando tição
Cada tiro que eu dava derrubava um gavião
Penacho conquistador esqueceu que era um machão
Foi que deixou meu terreiro que era só pena no chão
Hoje eu tô com meu amor, fêmea por fora e por dentro
Gavião aqui não tem se vier eu espavento
O que veio não sabia, mas agora eu me apresento
Eu sou o rei das rapinas, água do peito cinzento