Eu estou cumprindo pena
Morando aqui na cidade
O meu crime é ser honesto
E trabalhar com vontade
A violência crescendo
Meu Deus tenha piedade
Pois as coisas se inverteram
Infelizmente é verdade
Enquanto marginal passeia livremente
Eu vivo atrás das grades
Construí minha casinha
Passando vida magrela
Com muito suor no rosto
E a barriga na costela
Ficou pronta e eu feliz
Pintei de cor amarela
Mas tive que botar grade
Na frente porta e janela
Enquanto marginal passeia livremente
Vivo preso dentro dela
As grades da minha casa
Apesar dos meus cuidados
Dão uma nítida impressão
Que eu estou encarcerado
A cidade é do bandido
Tenho que viver fechado
Se ele ataca e eu me defendo
Ainda sou processado
Então o marginal viaja livremente
Enquanto sou condenado
Eu espero mais justiça
Das nossas autoridades
Que se preocupam muito
Com a própria vaidade
Casa de um trabalhador
Nem deveria ter grade
A injustiça social
É uma calamidade
O pobre nasce, cresce trabalhando e morre
Sem conhecer liberdade