Ei velha São Paulo, muito obrigado e adeus
Você tem tudo que deseja um cidadão
Mas um caboclo caipira como eu
Vive melhor nos confins do meu sertão
Eu não aguento viver na poluição
Eu vou pegar a minha traia e vou voltar
Tranquilidade na cidade ninguém tem
No meu sertão a gente pode respirar
Essa mudança tem que ser urgentemente
Eu quero ver o roseiral cheio de flor
Voltar a ter minha vidinha de caipira
De preferência com Ritinha, meu amor
Ei velha São Paulo, muito obrigado e adeus
Você tem tudo que deseja um cidadão
Mas um caboclo caipira como eu
Vive melhor nos confins do meu sertão
Quero acordar com o galo de manhã
No limoeiro sabiá saudando o sol
Olhar de longe pastando na invernada
A bezerrada mais parece um lençol
Molhar o rosto na água fria da biquinha
Tomar café no aterro do fogão
Manter contato com o solo abençoado
Pisar descalço na terra fofa do chão
Ei velha São Paulo, muito obrigado e adeus
Você tem tudo que deseja um cidadão
Mas um caboclo caipira como eu
Vive melhor nos confins do meu sertão
Sair pro campo no meu cavalo ligeiro
Meu perdigueiro vai comigo olhar o gado
Vai de passagem levantando as codorninhas
Se assim for vou me sentir realizado
Ainda é sonho tudo isso que prevejo
Só vou pegar minha viola e vou embora
Já tenho tudo pra cumprir o meu desejo
O meu ranchinho e a cabocla que me adora
Ei velha São Paulo, muito obrigado e adeus
Você tem tudo que deseja um cidadão
Mas um caboclo caipira como eu
Vive melhor nos confins do meu sertão