Do norte do norte
As águias decolam
Para vôos sem volta.
Lá, tudo começa:
A voz do mudo,
A vez do mundo.
No norte do norte
As águas brotam do solo
E o fogo se consome,
Queimando a cera do tempo.
No norte do norte,
Mora deus,
O dono da sorte,
Pelo menos à noite:
Lá se consuma o pecado
De cada um,
Surgido do zero.
No norte do norte,
Da terra é soprado
O barro humano,
Bafo de vida.