Tirem a venda dos olhos da justiça
Pra que ela possa enxergar
Mais claramente
O que se passa bem ali
Na sua frente
Bem no silêncio
Da cobiça, dos palácios
Dos espelhos e espaços
Que não brilham mais
Nunca mais
Use a espada
Pra cortar de vez as falas
As mentiras são as espirais
Do que te entregou
Lembre as escadas
E os porões das ditaduras
Lembre as estórias
De paixões e de loucuras
De canções e aventuras
Que não voltam mais
Nunca mais
E, enfim, estamos sós
No meio de oceanos
De hermanos e transações
De corações
Lembre dos olhos
Das meninas e machões
Dos compromissos
Que viraram os canhões
Das estrelas, dos clarões
Que não brilham mais
Nunca mais