Quero, nas ruas deste Porto Alegre
Ouvir das gurias o encanto que jaz e faz, minha dúvida,
Capaz que eu não volte pra cá, ou que não me apaixone na trilha
Feito o açoriano que se apaixonou por sua ilha
Como fosse filha, como fosse única, mudei direções
Quem sabe pra riba, talvez Curitiba, talvez Paraná
Quem sabe as lavouras, as louras, ou mais, nos cafezais,
Beber leite quente, beber aguardente, beijar a nissei
Sotaque brasileiro, flor de igarapé
Vitória que é régia e é de onde descendem
O Açaí, pequi, cacau, butiá, tupo, arawetê,
Na miscigenação a gente se entende
Mas era fronteira, Sampa, Mantiqueira, vale do Ribeira,
Lençóis, laranjais, ribeirões, gente que não acaba mais
E eu tão perto dos morros e dos litorais que o meu Redentor
Abençoa com o olhar, e o povo de lá vai na boa, na paz
E eu colhendo neste chão sotaques diversos, de tantos Brasis
Que mesclam minha terra,
e quem sabe por isso se chama Gerais
Que é rica em minas, em cantos e encantos,
é um trem ?bão dimais?
E é parte da soma deste idioma que eu chamo país
Sotaque brasileiro, flor de igarapé
Vitória que é régia e é de onde descendem
O Açaí, pequi, cacau, butiá, tupo, arawetê,
Na miscigenação a gente se entende
Salva-me Salvador que eu não vou parar de cantar
Meu boi do Maranhão que nunca morreu lá no Piauí
Bato no teu tambor oh minha flor do Amapá
Manda um recado aí pro meu parente de Parintins,
Sotaque brasileiro, flor de igarapé
Vitória que é régia e é de onde descendem
O Açaí, pequi, cacau, butiá, tupo, arawetê,
Na miscigenação a gente se entende