Celebro os doidos da arte
E o seu mundo à parte
Sem regras cabais
Que navegam sozinhos
Por um mar de vinho
Sem buscar um cais
Que, mesmo sem vê-las
Acendem estrelas
Nas almas feridas
E vivem sem medo
Que é o maior segredo
Dessa nossa vida
Dou vivas a essa rebeldia
Que as folhas vazias
Não podem domar
A esse voo incerto
A um lugar tão perto
De nenhum lugar
À essa incontrolável febre
Daquele que escreve
Poemas ao vento
E do inferno ao céu
Derrama no papel
Rios de sentimento
Dou graças aos poetas loucos
Que não fazem pouco
Das palavras vãs
Que rompem as grades
Para a claridade
Do sol das manhãs
Que cultuam versos
Nesse universo
Do céu interior
Que vivem de sonhos
E, às vezes, tristonhos
Se matam de amor