"Entre o querer e o não querer bem
Há uma linha tênue. " - riu o lobo
Ao pequeno pastor de ovelhas
Que lhe abriu o coração e lhe tirou do frio
Longe do vento, sob um mesmo teto
Temos folhas secas e calor
Céu de janeiro, sempre um recomeço
Sempre a nova chance ao perdão
Seguimos sinceros confessando
O que nos enfraquece e tão pura foi
A seiva das palavras que a inocência ergueu pontes
E partiu segredos ao chão
E quando a chuva vem
Agradeço por esse lar
Que sei que o tempo é o que faz
Tudo tão certo e eterno
E durmo em paz
Por saber que por mim estás
Então a noite veio e uivou pela floresta
Quando te vi correr ao breu
Com meu amor rasgado em teus dentes
Partindo em mil pedaços
O que te fez família
Sem remorso algum
Ah, maldita seja a hora em que
Por devoção, me fiz cego à natureza do que é traiçoeiro
E amaldiçoado seja esse meu coração
Que dá sempre a outra face e espera por bondade
Longe do tempo, não corremos perigo
Contudo no peito queima a dor
Céu de janeiro, chore nestes erros e não
Me deixes mais abrir aos lobos