Se é do mel que vem das flores
A doçura que faz o mundo acalmar, deixa vir
Estou aqui, entre mil tempestades
E a saliva que arde é amarga demais
Que hoje eu vou pra ribanceira
Com o peito a inflamar
Mergulhar veloz o espaço
Entre o olhar e o alcançar
Que eu sou bandeira negra
Livre no mar da vida
A cor e o sabor da fruta
Do desejo mais
Se é do amor lavoura, deixa então brotar
Que não há mais lugar pra aridez no pulso
A vitória se faz na vitória que há
Se é do vento que nascemos
Com asas e não cimento nos pés
Quem que diz que não podemos voar?
Se o mundo que entendemos é maior do que se pode enxergar
O tempo que enterramos é que não voa mais
Voa então, que o medo de ser tudo só faz colher o nada
Sempre há tempo de abandonar o carro e explodir a estrada