Irmã, nasci predestinado.
Não me faz ajuda a sedução
por tudo que faz mal e me faz errado.
Nasci predestinado à correr contra luzes
que me apunhalam demais
pra ver se eu cuspo este apetite voraz
de quem nunca soube respirar
sem sentir tantas farpas...
de quem nunca soube respirar
sem o sangue na garganta.
Faminta irmã, por onde fores devora esta sina.
Afasta o cancro que queima e toma minha
alma vadia, maldita, sedenta e seca demais.
Arranca a ferida e esfola a carne fugaz
de quem nunca soube respirar
sem sentir tantas farpas...
de quem nunca soube respirar
sem o sangue na garganta.
Eu que te quis sempre, oh, escarlate asfixia...
Desculpa, a amarga falha entorpece-me a busca
porque nunca soube respirar
sem sentir tantas farpas...
porque nunca soube respirar
sem o sangue na garganta.