Te disse, eu não sou tudo isso, brindemos: -Debord! -Debord!
Cruzamos a Estrada em Bemini e a taverna estava mesmo lá.
Entre o olhar faminto, o daydream suicida e o crepúsculo clandestino.
Na pilha de corações mortos do beco onde gatos brincam sem parar.
Estamos em coma, presos em corpos que não vão nem ficam.
O relógio parou e as pessoas estão sem expressão.
Abrimos os olhos, é um palco, é só interpretar.
Que se ainda sangro, existo! Ora, quem pode negar?
Eu falo uma língua que ninguém entende e não é absurdo.
Me sinto um doente correndo e gritando sem roupas e no escuro.
Meus enfermeiros se escondem de mim. Não ousam me ajudar.
Então vou fingir que não estou mais ali até esse inferno acabar.
O baralho está com cartas faltando demais pra jogar.
Viúvas Negras tomam as mesas. As moscas trocam de lugar.
Bebemos veneno em grupos nos quintais em Jonestown.
Então despedaço meus móveis; não deixo o fogo apagar.
Chegamos ao ponto: é inútil falar que está tudo errado.
As saídas trazem entradas demais. As palavras soam pobres.
Sangramos os dedos de tanto cavar e não chegamos longe.
Há muitas lacunas pra ignorar e dizer que está tudo bem.
Os demônios estão arrombando a porta.
O fogo se foi, e agora há só cinzas.
¡No pasarán! ¡No pasarán!
É um impasse, não uma poesia:
“Corona Australis despencou.
Buck Rogers não voltou.
Corona Australis despencou.
Buck Rogers não voltou.
Nem Kaczynski...
Kaczynski...”