Um brinde aos erros
Que me deixaram aqui à própria sorte
E à vigília do saber
Por quanto corro
Que corro contra o vento e o tempo me empurra
Que corro contra mim
E contra a pilha de amarguras que carrego nas costas
De tudo que sei, mas nunca aprendi
Longe d'alma voo
Que hoje não tenho calma, certezas ou mentiras
Para enganar a vida
Corro além de mim
Que é assim que acaba a imensidão dos dias
Passou e ninguém viu
Que é assim que a tua voz rasga por tua garganta
A devorar-te o peito, as horas e as tripas
Longe d'alma voo
Que hoje não tenho calma, certezas ou mentiras
Para enganar a vida
Corro além de mim
Meia noite e meia
Meia luz na meia estrada dessa meia vida
Acende o cigarro
Feito um pavio ao cinzeiro
Cheio até as bordas com todos troféus que pode enxergar
Num buraco sujo, velho e vazio
Corre com os pés enterrados no que não esvai