Ai, lá no bairro aonde eu moro
Assim o pessoal proseia
Que os campeões da redondeza
Da minha fama receia
Ai, por saber que do meu lado
A corda velha não bambeia
Só lembram de Santa Bárbara
Na hora que relampeia
Ai, gente que só garganteava
Tem a pulga atrás da oreia
Nas festas que vou chegando
A violeirada raleia
Ai, eles vão se escorregando
Que nem lagarto na areia
Lugar que a onça transita
Os macacos não passeia
Ai, tem violeiro imitador
De longe ele papeia
Dentro do meu repertório
Eu não tenho moda feia
Ai, forgazão que não faz moda
Não leva tempo chateia
Perto do gavião penacho
Os passarinhos não gorjeia
Ai, eu e o meu companheiro
Canta baixo e ondeia
Coração pode ser duro
Com nossos versos fraqueia
Ai, quando estamos cantando
Os violeiros desnorteia
Perto da estrela dalva
Outra estrela não clareia
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)