Contratei a ventania
Que vai pras bandas do oeste
E mandei notícias minhas
Pra um amor que me conhece
O vento foi e voltou
Resposta não aparece
Não sei se ela ainda me ama
Ou se talvez já me esquece
Cada vez que lembro dela
O meu coração padece
Pego na viola de pinho
Com franqueza me aborrece
O peito geme e soluça
Minha voz enrouquece
É bem triste a gente amar
Alguém que não reconhece
Aqui no bairro onde eu moro
Toda vez que amanhece
O cantar dos passarinhos
É como um hino celeste
Me faz lembrar o passado
Água dos meus olhos desce
Minha vida é como as folhas
Que caindo se apodrece
Conforme o tempo se passa
Meus cabelos embranquece
Abandono e sofrimento
É o que a sorte me oferece
Ingrata, vou-me ausentar
Da minha vida terrestre
Dou-lhe um derradeiro adeus
E você dai-me uma prece
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)