Era inverno e chovia
E nesse tempo nascia
Um caboclo bravo e forte
De situação oprimida
Ele assim varou a vida
Lamentando a triste sorte
Era moço idealista
Sem ser, porém, ativista
Nem tão pouco agitador
Por uma coisa sofria
Era ver um bóia fria
Nas garras do explorador
Entoou canção de guerra
Por amor à sua terra
Lutou sem arma e trincheira
E disse, seu coronel
Eu não colho seu café
Sem registro na carteira
Oi Brasil
O seu povo é diferente
Oi brasileiro
Sangue bravo, sangue quente
O coronel assustado
Compreendeu que estava errado
Empregá-lo sem contrato
Deu à ele a vitória
Pois nos anais da história
Há o registro do fardo
Mandou chamar o matuto
Braço forte do chão bruto
Que julgou se vagabundo
E disse sem mais contenda
Você na minha fazenda
É o melhor homem do mundo
Não teve quem não gostasse
Daquela luta de classe
Sem armas de arsenal
E neste ponto é que eu vejo
Que um caboclo sertanejo
É uma glória nacional
Oi Brasil
O seu povo é diferente
Oi brasileiro
Sangue bravo, sangue quente
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)