Foi concebido numa noite de dezembro
E em fevereiro uma mulher chorou sentida
Por não amar aquele feto
Por não querer aquela vida
E por ser dona do seu corpo
Olhou pro ventre e disse: "Não!"
Mandou tirar aquele feto
E disse "Não!" pra religião
E por ser dona do seu corpo
Olhou pro ventre e disse: "Não!"
Mandou tirar aquele feto
E disse "Não!" pra religião
Todo mundo tem o direito de amar
Todo mundo tem o direito de se dar
Mas ninguém tem o direito de matar
De decidir quem vive e quem não vive
Todo mundo tem o direito de amar
Todo mundo tem o direito de se dar
Mas ninguém tem o direito de matar
De decidir quem vive e quem não vive
Feto não é bicho, feto vai ser gente
Ainda não é gente como nós
Mas não é foca, nem baleia, nem é zebra
Se perguntado, ele diria:
"Por favor, deixa eu nascer!"
Se perguntado, ele diria:
"Por favor, deixa eu nascer!"
Foi concebido e não criado
Foi concebido e descartado
Como um intruso indesejado
Não foi bem-vindo e não nasceu
Foi bem assim que aconteceu