Pela estrada poeirenta
Sandálias nos pés e uma bíblia na mão
Lá vou eu cuspindo tijolo
Para anunciar a libertação
A garganta já não agüenta
Fiquei rouco de tanto pregar
É que a dor dos pobres aumenta
E quem pode não quer ajudar
Vou de aldeia em aldeia
Mochila nas costas e o livro na mão
Engolindo até desaforo
Para anunciar a libertação
Pois o clima às vezes esquenta
Quando eu digo o que eu tenho a dizer
É que a dor dos pobres aumenta
E quem pode não quer nem saber
Pela estrada que é bem longa
O perigo é demais pra quem sabe o que é
A missão de cantar para o povo
Que vem ver os cantores da fé
Muita gente pergunta o motivo
Porque eu canto pra denunciar
É que a dor dos pobres aumenta
E um cantor nunca deve calar!