Perdi a conta das vezes em que o pecado venceu,
Pensava tê-lo vencido, mas quem perdia era eu.
Eu punha lá pra fora e ele fingia perder,
Não demorava uma hora e ele voltava a vencer,
Como o gato da vizinha, que ela punha porta afora,
E, quase na mesma hora, voltava pela janela.
A perdedora era ela e o seu gato vencedor.
Perdi a conta das vezes em que voltei a pecar,
E a cada vez que eu pecava,
Se o perdão eu implorava,
Deus voltava a perdoar.
Um dia, eu olhei pra cima como faz o pequenino quando procura o seu pai.
E disse: "Pai, me segura, eu sou teu filho que cai!
Me põe no colo, me ajuda, que eu já não sei mais andar,
A cada 200 passos, tô voltando a tropeçar!".
Deus não conversou comigo, não ouvi, nem escutei,
Mas acho que eu fui ouvido, pois, desde então, me aprumei.
Não é que eu não caia, nunca, mas já tropeço bem menos.
Agora, quando o pecado tem certeza que venceu,
Eu deixo atordoado, porquê quem manda sou eu!
Meu Deus arranjou um jeito de me ajudar a vencer.
Tem sido bem mais perfeito.
Espero não mais errar.
Quero ser santo e ser justo,
E receber, de presente, a graça de não pecar.