Cidade de Pitangueira de noite foi alarmada
Mandaram chamar o tenente, veio com dez praça armada
Na seção de um feiticeiro chegaram dando pancada
Prenderam cartoze nessa ninhada
Tocaram em fila no pó da estrada
Amarraram o feiticeiro pra não fugir do caminho
Também levaram picuá cheio de livro e santinho
Tinha galão de defunto, pé de pato e mão de anjinho
Tinha um sapo seco dentro de um ninho
Uma fita preta e sete nozinho
Pegaram os livro de bruxa, na rua foram queimando
Tinha livro de mandinga, corrente são Cipriano
Tinha o retrato de um bode e um gato preto chorando
Era da irmandade dos africano
Lá no xadrez foram abaixando
A fama do feiticeiro na paulista esparramou
Quanta muié de família que o marvado destrilhou
Moça branca e direita com o preto véio casou
A borracha ardeu, ele confessou
O dano e os crimes que praticou
Hoje lá em Pitangueira ninguém mais fala em muamba
Na cidade é só progresso não tem mais roda de samba
Deportaram o feiticeiro dentro de uma caçamba
Quando a cana desce o cabra descamba
Ele dança miúdo na corda bamba