O home sendo sortêro
Ele canta, ele passeia
Mas se é um casar sem fio
Quarqué coisa remedeia
Veve alegre e satisfeito
Por ter a barriga cheia
Quando aumenta a criançada
O garrão do tár moleia
Já dá de deitá mais cedo
Regulando a sete e meia
Pensando na fiarada
E a muié ficando feia
Quando chega nestes ponto
É que o caboclo corcoveia
O home sendo casado
Com os fio veve entretido
Mas um dia ele se alembra
Do seu tempo adivertido
Ele fala em ir na festa
A muié põe no sentido
Quando vai chegando a hora
Ela apronta o seu vestido
Aprevine a criançada
Vai e fala pro marido
Você diz que vai na festa
Só isso desenchavido
Você vai eu também vou
Ai nem que ronque pé do ouvido
Se o marido é violeiro
É um causo complicado
A muié chega na festa
Tá com o beiço derrubado
Ele pega na viola
As mocinhas estão de lado
Uma fala, outra reclama
Que pena ele ser casado
Ele canta um versinho
Desses bem apimentado
Que até as véia dão suspiro
De alembrar dos seus passado
E o corpinho das menina
Ai dão quarenta requebrado
Ele canta um versinho
Que agrada as moça sortêra
A muié torce o nariz
E na canela dá coceira
Vem pro lado do marido
Quem nem vespa caçadêra
Convida pra ir-se embora
Tem que ir nem que não queira
Ele sai arreclamando
É pela viage inteira
Com as criança no cangote
Cheio de bão pra gibeira
E pra morde dos pecado
Ai o bico da mamadeira
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)