Lá no estado de Alagoas
Conheci o João Firminiano
Fazendeiro muito rico
Tinha um filho de dez ano
Certo dia na fazenda
Chegou um casar de cigano
Tirou a sorte do menino
Com franqueza foi falano
Ele vai morrê chifrado
As carta que tão cantano
O fazendeiro de reio
Surrou o cigano coitado
Que meu filho fosse peão
Eu sempre tinha sonhado
Agora daqui por diante
Não vou viver sossegado
Somente tenho recurso
Nisso não tinha pensado
Mandá o filho pra cidade
Pra ser um home estudado
O rapaz foi pra cidade
E na escola ele entrava
Depois de tempos passado
Pra doutor ele formava
O velho ficô contente
Grande festa aprontava
Mandou matá quatro boi
Dos mais gordo que criava
Pra esperá o filho formado
Que de noite ali chegava
O destino é caprichoso
Home faz e Deus desfaz
Quando o moço chegô em casa
Correndo abraçá seus pais
Na soleira do garpão
Tropeçou e veio pra trás
Foi caí sobre a cabeça
De um boi cinza ananais
E na guampa do boi morto
Perdeu a vida o rapaz