Esta história é de um homem
Que um dia foi traído
Pela sua própria esposa
E um cabra desconhecido
Ele quis matar os dois
Pelo fato acontecido
Mas foi calmo e teve logo
Outra ideia no sentido
Apontando a sua arma
Disse ao cabra primeiro
Eu podia lhe matar
Meu revórve é bem certeiro
Ponha as mão nas argibeira
Vê se tem argum cruzeiro
Vai pagar essa traidora
Com uma nota de dinheiro
(“Depois que o cabra foi embora
Ele falou num tom chorado
Esse dinheiro que ele deu
É o preço do pecado
Pra você ele será o espelho do passado”)
E o marido punha sempre
Bem na hora de comê
A nota em riba da mesa
Para todo mundo vê
E explicava pras visita
Que o dinheiro ali estendido
Era o preço da vergonha
E a vingança de um marido
Assim ela foi vivendo
E aturando com paciência
E o remorso foi roendo
Pouco a pouco sua consciência
E não suportando mais
Essa triste penitência
Deu um fim na sua vida
Castigo da providência
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)