Quando o dia vem raiando
Nas campinas orvalhada
Minha carreta na serra
Vem gemendo apaixonada
Seu cantar é conhecido
Pela minha doce amada
Que se apronta e vem correndo
Me esperar lá na estrada
Nosso encontro é festejado
Com carícias de amor
Sinto então na minha boca
De seus lábios o calor
E depois das nossas juras
Digo adeus à minha flor
E a carreta vai cantando
Consolando a minha dor
Lá se vai à estrada afora
A carreta cantadeira
Já vou perdendo de vista
Minha linda feiticeira
A carreta campesina
Já cruzou muita fronteira
Carregada de amizade
Paraguaia e brasileira
A carreta da fronteira
Também tem a sua história
No progresso americano
Ela tem sua vitória
As pessoas mais antigas
Ainda trazem na memória
A figura da carreta
Com seu passado de glória
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)