Eu vi ela na viela da favela
Da favela da marconi
De peruca amarela, a cinderela
Se sentia a sharon stone
Seus plural revela que ela, analfabela
Não formou-se na sorbonne
Mesmo assim armei a teia pra tetéia
O que é do home o bicho num come!
E quando eu dei o bote, no boteco um fuá
E pelo rebuliço, vi que o bicho ia pegar
Malandro pós-moderno saca só celular
Macaco véio escapa, não fica pra apanhar
Botei sebo nas canela e levei ela
Da favela da marconi
Pega-pega na banguela da ruela
Corre-corre que deu fome
Sabe aquela calabresa à mussarela?
Espaguete e canelone
Eu e ela, ela e eu, cravo e canela
Mortadela e provolone
Mas tinha um clone de dom corleone no bar
E ao sinal do véio veio um ra-ta-ta-tá
O bando todo ritmando bala lá e cá
A minha falsa russa descambou a sambar
É que um tiro pegou nela de trivela
E estourou seu silicone
Minha bela estrebuchou na passarela
Qual bexiga no ciclone
Matusquela pelo amor desta donzela
Fui bancar o super-homem
Levei bica na costela e até na goela
Tô que nem um panetone
O carcamano manda nos meganha de lá
E eu fui condenado a cinco anos de azar
A uva passa, o ferro passa e o tempo a passar
Dia a dia, um dia, o dia "d" chegará!
Hoje roxo de sequela, nessa cela
Sou refém do telefone
Quando ligo pra branquela, cadê ela?
Quem atende é o tal capone
Não dou trela pras balela e ele apela
"questo amore é una ilusione! "
Mas não tem choro e nem vela, seu banguela!
Porque um dia eu levo ela da viela
Pra capela mais singela da favela
Da favela da marconi
Da favela da marconi
Da favela da marconi
Ou não me chamo mais
Badones!