Cachorros latem na minha orelha
É meia-noite, tô na "cerejeira"
Olho pro céu e vejo a lua
Nem minguante, nem crescente
É lua cheia, é lua cheia
Ando meio (inteiro) angustiado
Tô passando dos sessenta
Guardo meu passado na memória
Navego contra a correnteza
É lua cheia, é lua cheia
(*) rumo pra casa, sem ter rumo pra seguir
Levo duas latas de cerveja
Tento me lembrar de esquecer o que eu já fui
Nos braços da ainda bela companheira
É lua cheia, é lua cheia, é lua cheia
O tempo passa e a gente nem dá conta
E conta que, por dentro, é o mesmo
Mas de que adianta este argumento
Revelando nossa idade em segredo
É lua cheia, é lua cheia
Se eu pudesse, eu desligava o tempo
Faria como fez mestre ataulfo
Daria mesmo tudo que eu tivesse
Pra voltar aos tempos de estudante
É lua cheia, é lua cheia
(*) ... é lua cheia, é lua cheia, é lua cheia!