Olha, seu moço
Eu faço aquilo que posso
Sigo roendo esse osso
Vou me virando do avesso
Me erguendo a cada tropeço
No meio desse alvoroço
Olha, seu moço
Ai, meu patrício
As minhas mágoas confesso
Vivo do jogo e do vício
Já arrisquei alguns versos
E cada palavra é um processo
Que vai marcando esse ofício
Ai, meu patrício
Olha, seu moço
Eu que ajunto os pedaços
Olha, seu moço
Nada, de tudo, hoje é nosso
Ai, meu patrício
Salto com cabo de aço
Ai, meu patrício
Tem gente seguindo os meus passos
Olha, seu moço
Vendo amuleto sem preço
Ai, meu patrício
Tamo no fundo do poço
Olha, seu moço
Ai, meu patrício
Olha, seu moço
Ai, meu patrício
Olha, seu moço!