Batem tambores nas danças de guerra
Nas festas ao luar
Batem as gotas de chuva na terra
A vida quer brotar
A fome bate um batuque doido
Pega o moleque, sacode e corrói
Quem te tirou a ternura que tinhas
Quem foi?
(*) a fome bate na barriga o seu batuque doido
A fome bate, a fome bate
Bate a saudade na brisa da tarde
Perfume de mulher
Traz o desejo dos beijos que ardem
A vida sempre quer
Bate uma crença de paz no futuro
Mas a lembrança da infância ainda dói
Quem te tirou a esperança dos olhos
Quem foi?
(*)
Batem tambores, mulheres e homens
Dançam num vai e vem
Novos brinquedos de mesmos motores
Sons coloridos têm
Mas ainda ouço o batuque doido
Sempre presente na gente a bater
Cadê o moleque que eu era, quem dera
Cadê?
(*)
Bate o arado na pele que anseia
A terra quer prazer
Roça uma idéia na mão que semeia
Quem planta quer comer
Homens amargos renascem das cinzas
Mas e o moleque, quem vai acender
Aqueles olhos brilhantes de antes
Cadê?
(*)
Bate na pedra, tua história lapida
Um dia alguém vai ler
Dentro de um sonho outro sonho engravida
Brotando um novo ser
Um homem pode escrever seu destino
Endurecer sem que perca a paixão
Desde que brinque o moleque no seu
Coração
A fome bate na barriga o seu batuque doido
A fome bate, a fome bate