Sente... Degusta a chuva que não é purificação
Lanterna à mão... Apontar pra frente em meio à escuridão
Desaconchegue nesse cego enredo. Completo se interne
Onde sol não emana a luz e o horizonte é inerte
Repele até o oposto no campo de atrito imposto
Ainda honesto, pós tortura, na minha posição sem posto
Degrada o sonho. Adentra o rosto o resto amargo
Pre suponho, após a última dose, tentando afogar neurose
Aborte. Corte quaisquer sem sorte flerte com a morte, desavento
Quem doma a redoma grita: Se entorte
Atmosfera... Terra muda, presa no que cala
Mas dá pala. Vala, ausente a verdade na fala
Desespero exala se contendo ao afrontar
O tentar acompanhar do calcular ao te apontar
Limitado ao ocular, e um dos fardos é testemunhar
O interagir do ocultar, o que faz ecoar o gritar
Daqui é interno, certo termo, cego desapego
Prego. Imerso, o existir não ergo, só me envergo
Invertido... Do céu ao sol, traído. Deformado
Sentido tudo, nada visto. Invisto no impalpável
Malícia nesse véu. Tudo sem luz é ilusão
Qual a razão sobre a alusão? Poeira alta e veste ao chão batido
Matrero, 2013