Da janela eu vejo como a vida segue
Ganho coisas que tão sempre ali. Ninguém percebe
O semblante da senhora cheia desse mundo louco
Cansada por trabalhar demais por tão pouco
Enquanto isso... esperançosa e inocente
A criança espera o pai ansiosa pelo presente que não vem
Acumula decepções
A esperança morre sempre que alguém ganha as ilusões
Seu mundo perde a cor. Gera dor, frustrações
O pobre é um gladiador que tomba seus leões
Acreditar que a vida é mais que a sobrevivência
Lutar, bater de frente. Jogar na resistência
Ir além do que os olhos podem enxergar
Já que limites são fronteiras, decidi atravessar
Navegar, em busca de um sonho a realizar
Pelos mares da realidade, tempestades enfrentar
Pela honra, morrer. Nunca me entregar
No olhar sincero, a força pra recomeçar
Na presença do luar, caminhar, seguir
Deixo a vida levar, fumaça conduzir
Pensamentos pra um lugar onde eu não possa ir
Me recordar sempre do que vim fazer aqui
Da missão que assumi, extensão disso aqui
Visão que adquiri conforme as coisas que vivi
Aprendi a amar. Por amor, sofri
Perdão pra quem fez chorar, gratidão pra quem fez sorrir
Matrero Records, 2012