Vagabundo é hostil porque o mundo é confuso
Fuso horário brasil, é de entrar em parafuso
Eu cruzo a cidade todo dia e é a mesma briza no buso
To nessa porra de intruso
Pobre louco, igual a vida... Coração sem batida
Ilusão é sombra e água de coco... Em como que sol castiga
Problema na cuca. Bloco, cimento. Esquecimento, sinuca
Bituca, cachaça. Muvuca na praça... Essa vida arregaça
Os perrê que você passa, não sei o que se passa
Tolo. Todo o tempo do mundo passa
Era uma vez, só mais um neguinho, memo dilema
Tacado no mundão, atacado pelos problemas
Nascer, crescer, morrer... Por quem?
Viver... Por que? Não sei também
Só sei que se sentia inferior no mundão. Se encontrar
Nas ruas do interior, solidão
Pensamento o sufoca de verdade
Mas no momento não se importa, e se conforma com a realidade
Dá mais um gole, um trago pra se distanciar
No fundo sua vontade é se aproximar
Desejo de perdão, vontade de voltar atrás
Uma dose de paz pra confortar
Se não der mais, sei lá, pode até ser
Que pense um pouco mais antes de dar um parecer
Um argumento sem desculpa pode parecer doente
Com esse sentimento era melhor espairecer a mente
E só, pra esquecer. Ou melhor, se esquecer
Não viver, só fugir, com medo de se ver
Cair, fraquejar, não aguentar, desistir
Planejar e ver o mar destruir seu castelo
De areia que desmorona
A vida passa e ele lá, vendo ela passar sentado na poltrona
Vida mandona que impõe essa agonia
É trabalho o dia inteiro, e sofrimento todo dia
E ela manda e desmanda na gente
Desanda, e não vê que não anda pra frente
É quente... Brasil tropical. Errou, infernal
Normal, não tem perdão. É benção e tchau