Todo dia é uma vida, todo dia é uma chance
Eterna manhã que não acontece
Enquanto não se desfalece, não rejuvenesce
O barulho depende do silêncio
Para que a sinfonia exista
Se atente ao que se emite
O que poluí não vi a vista
Faz sobreviver inibindo
A vida que inverte os sentidos
Por isso que o sentido dessa vida é ao invés
Percebo a cortina de fumaça e através
Sorte revez, sem criar raiz aonde toca os pés
Nem meu corpo, só tenho sentimento da verdade
Os momentos que me lembram
A sensação de liberdade
A leveza de outros tempos, os lugares
Outros ventos e outros ares
E quando a mente habitava outros lares
[?] ecoar seus sons por praças e bares
Esbanjar seus dons
Derramar seu cálice em mares turvos
E o surto que cura, leva a loucura
Quando não se sente mais
Quando se mente para si mesmo
E a fome de tudo faz
Do homem a maior gula, irmão
A mente trai
Faz a alma refém de um coração vazio
Então, vejo seca a vida que é um rio
Que ainda sim
Nutre o jardim de quem ainda não se viu
Como se deve
Não plante o futuro nesse chão duro
Só mensuro o que me cabe
Pois zela pelo o que é puro
Que me serve, procuro
Já não recorro a rasuro
Ao guardar a luz
Que preservei ao vagar no escuro
Os lugares tem a ver
Com o estado em que a mente vê
E que a força que se põe
Classificar pra compreender
Crime é quando me define
Ao definir você me nega
Ou melhor, 'cê' me pega pra você
Não, só deixe ser, vive e deixe viver
E se deixe morrer
É o que é preciso para renascer
Não se trair é ter vontade
De se reerguer, me ergui
Cuidado com o que quer sentir
Tudo aqui é um eterno eco
Nessa vida que é troca, seco quem faz pouco
Oco é quem não sai da toca e morre sem amar
Só depois de oferecer e dar
Sem nada a almejar
Que recebi
Só depois de te enxergar foi que me vi
Vive aqui, concluí que a oportunidade
Para entender tá aqui
É só seguir, só seguir, só seguir, só seguir
Vive aqui, concluí que a oportunidade
Para entender tá aqui
É só seguir, só seguir, só seguir, só seguir
Amem!