Foi quando desci do medo
Que trazia medo do trovão
Percebi então que tudo era em vão
(e disse não)
E saí do canto
Peguei meu canto sem amianto
(pra pedir mudança)
Deitei no sol suspenso
Cantei versos sem descanso
Pesando ver a chuva
(no sertão)
E fui muito além
Do devaneio sem receio
(pra pedir mudança)
Quando dancei na ventania
Via a vida tão vazia
Descobri então toda razia
(e disse não)
E saí do mato
Carreguei meu ato sem ultimato
(pra pedir mudança)
Atravessei trevas viçosas
Venci frentes enganosas
Mas quando vi o sol tremer
(eu disse não)
E saí do meio
Sem fazer rodeio no esteio
(pra pedir mudança)