Eu quero mesmo, mesmo, mesmo é
Escorregar na correnteza
Das águas dos teus olhos
Cair como pedreira sobre os teus pés
Sempre fiéis aos teus atos falhos
Sempre fiéis aos teus antolhos
Eu quero mesmo, mesmo, mesmo é
Atravessar a vereda estreita da tua visão
Rir do teu choro à luz de velas
Sentinela do seu mundo de ilusão
Sentinela do seu mundo de exclusão
Porque tu és um animal confesso-indefeso
Como Borrego perdido no meio da capoeira
Tu não percebes o carcará
Te espiando-te lá de cima da aroeira
Bicho! tu és bicho! e como bicho!
De ti o que restará?
Terá que se livrar das garras do carcará
O carcará da capital
Terá que se livrar das garras do carcará
O carcará do capital
Que já fura os teus olhos come tua moleira
Que já devora os teus olhos
Completa tua cegueira
Cegueira dos que enxergam
E até leem, mas não percebem