Quando eu era criança,
Guri das Minas Gerais
A gente enchia a pança
De arroz doce e tudo mais
De tarde quando chovia
Refrescava o calorão
No morro aparecia
Um arco-íris bonitão
O povo sempre dizia
Com certeza e com razão
Um pote no fim havia
Cheio de ouro, no chão.
Mas ninguém se atrevia
Pegar o tesouro não
Todo mundo se tremia
De arranjar só confusão
Sonhar alto era pecado
Quanto mais pra ser barão
Vejam o Zé, mas que coitado!
Ficou pobre desde então
Mas no fundo eu queria
Ver de perto o tal quinhão
Mas disseram que eu teria
Pelo padre, excomunhão.
Com coragem e valentia
Fui pegar o dinheirão
Que bobagem, não existia,
Um só grama, nem um tostão.
No lugar um anjo havia
Com um baita sorrisão
Me falou como eu podia
Conquistar o presentão
O tal pote existiria
Só com uma condição
Se quiser ser rico um dia
É mais que um bom coração
Vai ter que fazer as pazes
Com o dinheiro e com o perdão
Afastar vícios vorazes
Como culpa e depressão
Assumir a própria vida
Ter por ela, gratidão.
O poder de escolha é tida,
Como sábia decisão
O sucesso se aprende
Com estudo e com ação
A riqueza só depende
De você com ambição.