No fim de ano, bem mais perto do natal
Vou visitar a parentada lá de casa
Eu vou pra Minas,
das montanhas, das gerais
Aonde mora, com saudade,
Com ternura, o coração
Pro centro-oeste,
prá terra dos meus encantos
Onde há rosas todo lado
E flores prá todo canto
Pego a mala, a viola e a minha guia
Jorge guerreiro cavaleiro quem me deu
Eu peço a bênção e a luz de meu Pai Oxalá
A boa sorte na estrada
E a firmeza pra rodar
Vou bem cedinho,
de Brasília, eu vou seguindo
Prá terra de Divinópolis,
Tardezinha vou chegar
Ogum, Ogum
Ogum-Iê
Aqui te chamo de
Ogum Minas Gerais
Quando eu passo a divisa de Goiás
Me enche os olhos a mata de Pai Oxossi
Vejo fartura nessa terra abençoada
Verdes campos infinitos
Cheios de grande esplendor
Vejo riachos que descem lá das montanhas
Onde reinam soberanas
As pedreiras de Xangô
Mamãe Oxum me acena lá do velho Chico
Mamãe Iansã já faz chover prá refrescar
Os pretos-velhos pitam na beira da estrada
Sinto alegria dobrada
Ao ver crianças a brincar
Eu me admiro como tudo aqui é lindo
Mas agora eu me atino, aqui é Minas Gerais
Ogum, Ogum
Ogum-Iê
Aqui te chamo de
Ogum Minas Gerais
Quando eu chego na cidade onde nasci
Eu vou direto para a casa do meu pai
Ele já vem me receber no seu portão
Braços abertos e abraços,
Boas-vindas ao seu lar
Já sinto o cheiro do pão de queijo no forno
Um panelão de arroz-doce
E de pamonha do sertão
A Oxalá e a todos os meus Orixás
Em especial, ao meu querido Pai Ogum
Eu agradeço, com muita sinceridade
Por minha felicidade e muita paz no coração
Eu agradeço também à mãe natureza
Por ter feito, benfazeja,
As terras de Minas Gerais