Ela nasceu menina em berço de ouro
Numa família cheia de amor pra dar
A mãe galega e o pai de sangue mouro
Com um patrimônio financeiro de invejar
Mas os pais dela desejavam um menino
E a vestiram de garoto Joãozinho
Um bonezinho e um chicote pequenino
Cabelo curto e moletom azulzinho
E foi crescendo entre casacos de couro
As grandes botas ela só queria usar
Na adolescência bateu num moleque louro
Que lhe beijou e só pediu pra cortejar
Foi quando se enamorou de uma milica
Uma tenente da arma de cavalaria.
Ficou maluca de tesão, pobre pudica
A pele quente e ouriçada só ardia
E lá no pé da mexerica
Ela tocava siririca
Só pensava na milica
De farda e cinta-liga
E lá no pé da mexerica
Ela tocava siririca
Dia e noite ela fica
A desejar a rapariga
E lá no pé da mexerica
Ela tocava siririca
Só pensava na milica
E na sua periquita
E lá no pé da mexerica
Ela tocava siririca
Sonhava em ter uma pica
Pra meter na mariquita
Tomou coragem e se declarou pra ela
Em alto brado, cheia de muita paixão.
Só não contava com uma certa querela,
Que iria só partir seu doce coração
A tal tenente disse, muito educada,
Que só gostava só de homem bem machão
Com uma rola enorme, grossa e destacada,
Sapata não era bem o seu tipo, não
A pobrezinha ficou muito arrasada
Como os meninos você não deve chorar
Engole o pranto e siga em frente bem calada
Outros amores virão sem se demorar
Mas o primeiro amor a gente nunca esquece
Nem o desgosto e a tristeza de um não
De vez em quando ela se lembra e se aquece
E vai ao setor militar no seu carrão
E lá no pé da mexerica
Ela tocava siririca
Só pensava na milica
De farda e cinta-liga
E lá no pé da mexerica
Ela tocava siririca
Dia e noite ela fica
A desejar a rapariga
E lá no pé da mexerica
Ela tocava siririca
Só pensava na milica
E na sua periquita
E lá no pé da mexerica
Ela tocava siririca
Sonhava em ter uma pica
Pra meter na mariquita